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Presidente do Sinduscon de Brusque relata preços altos também na região, com longos prazos de entrega e não descarta possibilidade de demissões no setor da construção civil.

 

 

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) realizou um levantamento com construtoras de todo o país para verificar a real situação do problema da escassez de insumos. Entre as 206 empresas consultadas, 84% disseram que há desabastecimento de aço em suas regiões.

A CBIC também perguntou às empresas quais materiais estão com o prazo de entrega maior que o habitual. Para 82,9% delas, a resposta foi o aço. Questionadas sobre o prazo médio de entrega das usinas em suas regiões, 39,3% das empresas responderam “entre 30 e 60 dias” e 25,7% responderam “entre 60 e 90 dias”.

Em Brusque e na região, a situação não é diferente. Segundo o presidente do Sinduscon, Fernando José de Oliveira, cuja entidade também é associada da CBIC, a situação é muito preocupante, pois há notícias de que as usinas devem fazer um novo reajuste de preços entre 10 a 15%.

“Isso é bastante preocupante, pois a obra não pode esperar todo esse tempo para entrega e também fica difícil absorver esses preços. O mais afetado, acaba sendo a mão de obra, pois se não temos insumos, não tem como continuar”, declara.

Proprietário da empresa Walpa Instalações Elétricas, que fornece parte de materiais elétricos para a indústria, o presidente do Sinduscon relata que além dos preços altos do cobre, que no passado chegou a 150% aproximadamente de reajuste, o aumento no valor do alumínio, também foi muito grande. De acordo com ele, determinados materiais chegaram a ter 180 dias no prazo de entrega.

“Em Santa Catarina, nós (através da Câmara de Desenvolvimento da Indústria da Construção, ligada à FIESC) criamos a Coopercon , que é uma cooperativa de compras, onde todos os Sinduscons e todas as construtoras do Estado podem associar-se e fazer a importação do aço diretamente dos fornecedores. Está para chegar o primeiro navio agora em maio, pois foi fechada carga de um navio completo para valer a pena, mas o grande entrave ainda é a nossa carga tributária nas importações”, descreveu Oliveira.

PROPOSTA
Durante reunião no Ministério da Economia com representantes da cadeia produtiva do aço e entidades representativas dos principais compradores do país, a CBIC propôs ao governo a redução do imposto sobre a importação do aço para tentar resolver o problema do desabastecimento.

“Precisamos de um choque de oferta para restabelecer o equilíbrio entre a oferta e a demanda. Nossa proposta é a redução imediata do imposto de importação”, disse José Carlos Martins, presidente da entidade.

A CBIC apresentou ao secretário de Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos da Costa, os resultados de sua pesquisa com empresários mostrando a percepção deles em relação ao desabastecimento.

Para Martins, enquanto a oferta e a demanda não forem normalizadas não será possível estabilizar preços. “Quando a construtora tenta comprar da siderúrgica e não consegue, vai na distribuidora e se depara com um valor muito alto”, disse.

EMPREGOS
O desabastecimento e a insegurança com relação aos custos de vários materiais podem prejudicar a atividade da construção, que no início do ano projetava crescer 4% em 2021 e gerar 200 mil novas vagas de empregos.

“Existe preocupação com as demissões, porque quando começa a faltar os insumos é inevitável que haja demissões, pois começa a diminuir o ritmo das obras, e diminuindo, com certeza vão sobrar alguns trabalhadores. A gente tinha uma perspectiva no início do ano bastante boa (..) mas não sabemos se vai se concretizar em função desses aumentos e dessa falta de insumos. Acreditamos que pode sim haver demissões”, frisou o presidente do Sinduscon Brusque.

Ainda segundo o presidente, “para que haja um equilíbrio, realmente precisaria ter uma oferta maior de produtos. Talvez isso fosse o mais importante neste momento, para nos ajudar a continuar mantendo esse crescimento que a construção civil apresentou no ano passado”.

 

 

 

 

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